O país cabe aqui.

Reforma na selecção de opinion makers em Angola, Já

Por: Amadeu Cassinda


Há muito que determinados media angolanos nos têm dado a ver, a ler e ouvir sobre a realidade através das perspectivas de formadores de opinião com visões enxertadas nos ramos de uma ideologia partidária sobre os diferentes problemas da sociedade.

Os órgãos de comunicação social do ponto de vista tradicional têm a função de informar, formar e entreter. No quesito formar, importa que recaia o maior pendor. Ainda mais nesta era da informação em que o jornalista “partilha” o serviço de informar com o cidadão comum que através dos novos e social media dissemina também informação de interesse público às massas.

A imprensa contribui assaz na construção de uma boa ou má imagem sobre a realidade. Para além de reflectir o real, legitima comportamentos, formando opiniões que se tornam visão de mundo. Por isso, deve proporcionar dados com rigor e verdade, capacitando assim o cidadão para fazer escolhas independentes livres de uma acção tendenciosa do meio jornalístico.

O jornalismo cria, igualmente, opinião e tendência através da composição dos painéis dos diferentes formatos jornalísticos ao nível de rádio e televisão. Pelo que, face a vulnerabilidade das condições sociais que muitas famílias padecem por causa do contexto macroeconómico, não é concebível que determinados analistas ignorem insensivelmente a dor e a miséria dos demais, defendendo o indefensável.

Os formadores de opinião, na análise de assuntos sociais que trazem a nu a dignidade e integridade da maioria dos angolanos que não «têm sorte como a minoria» não deveriam “perder-se em discussões de infantário que apenas” … os … “dividem e impedem posições e acções comuns em relação ao que é verdadeiramente importante para o futuro”, parafraseando o nacionalista Lopo do Nascimento. 

Não é que não tenham competência. Ao contrário são cérebros que todos devemos dignificar, respeitar e aproveitar. Mas, o problema está na matriz, ou seja, no sistema do qual emanam. Por essa razão, os media deviam, se possível, projectar indivíduos apartidários que estejam comprometidos com a nação e não mais com o partido para análise de temas que requeiram o bom senso e que tragam propostas para as soluções de problemas que o país enfrenta.   

Portanto, é necessário olhar e analisar os diferentes problemas políticos, económicos e sociais com uma visão que contribua para a consolidação do significado de nação no pensamento colectivo, mediante ao bom senso aliado à objectividade, cientificidade e imparcialidade na abordagem de assuntos sensíveis que ferem, sobretudo, a integridade e a dignidade das pessoas.

Perfil

Amadeu Cassinda – é Licenciado Jornalismo pelo Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola (IMETRO), Deu voz ao programa Mais Comunicação, da Emissora Metodista de Angola (Rádio Kairós). Actualmente trabalha no Gabinete Comunicação Institucional da Imobiliária Imogestim.


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