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O desemprego em Angola, uma porta aberta para crises sociais

Artigo de opinião de Gilberto Segunda


A análise da situação económica e financeira em Angola, leva-nos a profundas reflexões sobre assuntos de naturezas diversas. Dentre estas, a questão dos níveis de desemprego da população economicamente activa que vem ganhando cada vez mais espaço. A taxa de desemprego no país, registou um aumento significativo de 8,8 por cento nos últimos dois anos, tendo passado de 20 para 28,8 por cento.

Segundo os números do último Inquérito sobre Despesas, Receitas e Emprego em Angola (IDREA) é possível prever uma estimativa ascendente, sobre as taxas de desemprego nos próximos anos e esta tendência de crescimento quando comparadas com as informações conhecidas da nossa realidade, tanto do ponto de vista demográfico como  económico eleva cada vez mais a probabilidade de se verificarem  crises sociais sucessivas devido ao desperdício do capital humano.

O actual contexto de desemprego em Angola é considerado grave, o que obriga a uma rápida avaliação de políticas de investimentos sustentáveis nas demais províncias diminuindo assim o fluxo demográfico nos grandes centros urbanos. Estes investimentos por sua vez, passariam necessariamente pelo melhoramento das vias de acesso o que permitiria uma melhor circulação de bens e serviços possibilitando a criação de novas oportunidades de trabalho. Por outro lado, é necessário que se criem condições de desenvolvimento nos campos potenciando cooperativas ou pequenas associações de camponeses para uma maior dinamização do sector agrícola que é bastante fundamental para o desenvolvimento sustentável.

Angola tem apresentado um novo paradigma no modo da condução das suas políticas internas e externas o que permite a abertura de uma janela de oportunidades para implementações de um projecto de concertação económica nacional que restaure a nossa capacidade produtiva tendo como base a diversificação económica, para esse efeito é fundamental deixarmos de olhar para o petróleo como único recurso e virarmos a direcção para outras potencialidades que proporcionariam um conjunto de condições para abertura de novos mercados, que de um modo natural revertesse a questão do desemprego. Se eventualmente não levarmos estes factos em consideração poderemos agravar ainda mais a questão dos níveis de desemprego o que atrasaria o desenvolvimento do país.

Perfil

Gilberto Segunda, formado em Economia e Gestão com especialização em Contabilidade e Finanças pela Universidade Jean Piaget. Actualmente trabalha como Contabilista.

Email: gilbertosegunda@outlook.com


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