O país cabe aqui.

Amadeu Cassinda: Comunicação pública

Por :Amadeu Cassinda

Administrar a coisa pública pressupõe trabalhar em favor do interesse público e dos direitos e interesses dos cidadãos… O administrador público é aquele que dirige, obedecendo à vontade de quem o contratou. Ele conduz o seu trabalho, procurando satisfazer à necessidade da população que o elegeu (CAMANGO, 2018, p. 11).

Neste processo a comunicação transparente dos actos administrativos do gestor público é um dever constitucional. Ele não faz um favor quando procede em conformidade. A comunicação deve estar inerente a todas as acções do gestor ou do órgão que dirige.

O gabinete de comunicação institucional e imprensa tem a árdua tarefa de observar, recolher, tratar e distribuir todas informações de interesse público aos jornalistas. Se as acções deste órgão não estiverem diluídas nas políticas estratégicas de gestão da coisa pública, e se as acções de quem dirige for contrária a essência da administração pública, porém pensa recorrer daquele órgão como escudo para, supostamente, encobrir a gestão nebulosa do que é comum, o fim do teatro é previsível!

Uma assessoria de imprensa do governo não é uma casa escura “que pode transformar uma política ou um programa que não está funcionando em algo que pareça estar funcionando bem”. A assessoria de imprensa, bem como outros formatos de comunicação “não podem substituir programas eficazes ou ideias que valem a pena”, escreveu Marguerite Sullivan jornalista e especialista em comunicação e relações públicas e executiva em organizações governamentais e não governamentais internacionais, no livro Uma Assessoria de Imprensa Responsável na Era Digital.

Marguerite, disse também que uma assessoria de imprensa não pode criar uma imagem de honestidade se as autoridades do governo não forem honestas. Ele não pode representar um governo que reconhece os problemas, e responde sobre eles, se os problemas persistem e pouco é feito para solucioná-los. Uma assessoria de imprensa não pode convencer a imprensa a escrever sobre a abertura de um governo que não é aberto ou sobre as habilidades de gestão das autoridades que não sabem administrar.

Tampouco uma assessoria de imprensa pode comunicar os objectivos de um governo se os líderes do governo para os quais trabalha não forem claros sobre esses objectivos. Por melhor que seja a equipe de comunicação de um governo, se uma política ou seus implementadores forem fracos, ausentes, não éticos ou não profissionais, ela não pode fazer com que pareçam de outra maneira, concluiu.

Amadeu Cassinda – é Licenciado Jornalismo pelo Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola (IMETRO), Deu voz ao programa Mais Comunicação, da Emissora Metodista de Angola (Rádio Kairós). Actualmente trabalha no Gabinete Comunicação Institucional da Imobiliária Imogestim.

Os artigos de opinião publicados no Notícias de Angola são da inteira responsabilidade do seu autor. O NA não se responsabiliza por quaisquer danos morais ou intelectuais dos textos em causa, confiando no rigor, idoneidade e credibilidade dos seus autores.

Comentários estão encerrados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais

Política de Privacidade e Cookies