O país cabe aqui.

Agricultura familiar em Angola pode levar atrasos no processo de divesificação – Especialista

O especialista angolano em agronegócios João Maincel, considera na sua obra, que o foco principal na agricultura familiar em Angola pode levar a atrasos no processo de diversificação da economia.

Na sua recente obra intitulada “Empreender sim, mas como?: Caminhos para a diversificação económica” João Mainsel,  traz uma nova visão sobre a aposta na agricultura familiar, defendida pela maioria dos analistas.

Em entrevista ao Portal Notícias de Angola, disse que a agricultura familiar em Angola apresenta pelo menos oito grandes restrições “a oferta limitada de trabalho, conjuntura local de ascensão social, nível de escolaridade dos integrantes, o acesso aos insumos e aos processadores, condições favoráveis para garantia do escoamento dos seus produtos, a não constituição de unidade formais, bem como o levantamento das condições de solo, recursos financeiros necessários para a produção”, que são ignoradas pela maioria dos analistas nacionais como por agências internacionais.

Ao analisar que 90% da produção agrícola nacional é levada a cabo pelas famílias de camponeses, o pesquisador considera este dado percentual como o mais importante para evitar-se o foco que lhe é dado. De acordo com o especialista, “igual percentagem de fracasso deve ser dada a agricultura familiar no que toca a incapacidade do país produzir os alimentos e as matérias primas de origem agropecuária, que somos obrigados a importar todos os anos, “realçou.

O especialista em agronegócios, sobre a agricultura familiar questiona “É uma percentagem a ser alterada ou devemos continuar a apostar nesta ineficácia? “.

Não negando a necessidade do apoio as famílias de camponeses, a seu nível, o especialista reforça que este tipo de acções só devem ser pensadas como forma de poupar as populações rurais da fome, pobreza e do trabalho penoso, mas que não é por esta via que se vai diversificar a economia angolana do modo que é almejado.

O perito explica na sua obra que o agronegócio é exigente de racionalizações sobre a localização das culturas, sobre o uso de técnicas eficazes e de conhecimentos económicos que não estão ao alcance do entendimento deste tipo de agregados familiares.

Acresce ainda que as famílias de camponeses não se constituem em unidades formais e que a sua produção segue a rota do mercado informal havendo também o risco da organização tardia das cooperativas, podendo este risco provocar acentuados atrasos nos objetivos da diversificação económica tão almejada.

A obra, com 159 páginas, editada pela Livros e Conteúdos será vendida por encomenda nos seguinte contacto: mainsel@icloud.com

Natural da província de Malanje, João Maincel já publicou duas obras literárias “A Travessia volume I e II”, romance de ficção. Onde aborda a Descrição Histórica dos três Reinos do Congo, Matamba e Angola.

É doutorado em administração de empresas pela Florida Christian University, nos Estados Unidos da Ámerica e especialista em agronegócios pela Fundação Getúlio Vargas.

Texto: Nambi Wanderley

Comentários estão encerrados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais

Política de Privacidade e Cookies